Conheça a trajetória da

Silvana Medeiros

Silvana Maria Lopes de Medeiros nasceu em abril de 1971, na cidade de Santo André, e durante 36 anos morou na Vila Príncipe de Gales, um lugar cheio de histórias e memórias que guarda com carinho.

Sua infância foi repleta de experiências vividas e oportunidades proporcionadas pela sua família. Embora tenha tido uma educação rigorosa, reconhece a importância na construção da sua personalidade, valorizando o respeito, a honra e a dignidade.

Desde sua infância sempre teve uma determinação incansável em buscar meus sonhos. Começou a trabalhar aos 13 anos como office girl, mas seu verdadeiro desejo era ser secretária. E assim foi, ao longo dos anos, com ousadia, estudo e aprimoramento profissional, conquistou seu lugar como secretária, mas Deus tinha muito mais reservado para ela.

Após uma longa trajetória profissional, se tornou bancária, e trabalhou por mais de dez anos na área. Atualmente é empresária e trabalha junto com seu marido, Marcos Medeiros, em seu escritório de consultoria empresarial.

Conhecendo a Cristo

Em 2006, iniciou sua caminhada na igreja e, logo se casou com Marcos Medeiros. O sonho de ser mãe pulsava dentro dela e teve a alegria de saber que esperava uma menina.

Mas a felicidade durou pouco. Com oito meses de gestação, sofreu um aborto espontâneo. Foi uma dor indescritível, mas não desistiu. Pouco tempo depois, engravidou novamente, alimentando a esperança de ser mãe de um menino. Infelizmente, também sofreu um aborto nessa segunda gestação, devido a complicações relacionadas a uma doença autoimune chamada Lúpus Eritematoso Sistêmico.

“Apesar de todas as adversidades, minha fé em Deus nunca vacilou. Acredito na promessa de que Ele carregou todas as minhas enfermidades e pecados na cruz. Essa fé me sustentou durante o tratamento agressivo contra o lupus, que afetou minha autoestima e me fez ganhar 20 quilos devido ao uso de corticoides. Tomei vários medicamentos até que os médicos encontrassem os que seriam necessários pelo resto da vida.”

Sua atuação política e social está fortemente ligada à sua fé cristã. É uma defensora incansável dos direitos dos animais, lutando contra o abandono e os maus-tratos que tantos seres indefesos sofrem. Além disso, combato veementemente a violência doméstica contra as mulheres, sou contrária ao aborto, à legalização das drogas e à chamada Ideologia de gênero.

Lidero com orgulho o Projeto Mulheres que Vencem na Igreja Internacional da Graça de Deus, onde trabalho arduamente para edificar o Corpo de Cristo e despertar nas mulheres o propósito de Deus em suas vidas. Meu objetivo é ajudá-las a desenvolver autoestima, superar feridas emocionais, resgatar princípios familiares e valorizar a fé e a confiança em Deus.

Pelo meu engajamento e contribuição social na defesa dos direitos das mulheres, fui honrada com um convite do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), através da Ministra Damares Alves, para representar oficialmente o Projeto “Salve uma Mulher” em Santo André. Essa oportunidade fortalece ainda mais o trabalho que já realizo com as mulheres vítimas de violência doméstica.

Em fevereiro de 2013, comecei o curso de Direito na faculdade Anhanguera. Porém, em março, fui surpreendida por fortes dores abdominais e uma infecção urinária. Busquei ajuda médica e, mesmo após um tratamento com antibióticos, as dores persistiram. Foi quando fui diagnosticada com apendicite e precisei passar por uma cirurgia de emergência.

Ao retornar ao hospital para a retirada dos pontos, recebi uma notícia devastadora: a biópsia revelou um câncer no intestino. Meu mundo desabou naquele momento. Senti-me desesperada e chorei copiosamente, incapaz de ligar para meu esposo.

Mas, como sempre, Deus enviou um anjo para me ajudar. Conversei com a Dra. Beatriz, uma amiga gastroenterologista e proctologista de longa data, que analisou meus exames e confirmou o diagnóstico.

Mesmo diante dessa terrível realidade, minha fé em Deus permaneceu inabalável. Eu sabia que Ele estava ao meu lado e enfrentaria mais esse desafio com coragem e confiança.

Seguindo as orientações médicas, fiz os exames pré-operatórios em três dias e, em seguida, passei por uma cirurgia para remover o tumor. Para surpresa minha e dos médicos, durante o procedimento foram encontrados quinze tumores no intestino, sendo um deles já comprometido. Diante disso, a solução foi iniciar um tratamento com quimioterapia oral.

A Dra. Beatriz recomendou um excelente médico no AC Camargo, um hospital referência no tratamento do câncer. Paralelamente ao tratamento para o lupus, iniciei a quimioterapia oral, mas meu corpo rejeitou o medicamento, causando lesões na pele. O Dr. Celso, então, alterou o protocolo e passou a administrar a quimioterapia por via intravenosa, mas os efeitos colaterais persistiram. Por fim, adotamos o protocolo de administrar a quimioterapia por meio de um cateter.

No início desse procedimento, enfrentei a rejeição novamente devido ao lupus. Lembro-me como se fosse hoje de ter dito ao Dr. Celso: “Vai dar certo, Dr. Deus vai me honrar!”. Eu tinha plena confiança de que Deus responderia às minhas orações. Ao orar, Ele me deu uma palavra que levo comigo para sempre: Salmos 118.17, que diz: “Não morrerei, mas viverei e contarei as obras do Senhor”. Com essa palavra, compartilhei com meu esposo que, mesmo sem entender o porquê de passarmos por tudo aquilo, Deus nos daria a vitória, pois Ele sempre cuidou de mim.

O tratamento por meio do cateter durava cerca de cinco horas de quimioterapia, seguidas de mais dois dias tomando medicamentos em casa. Mesmo diante de tantas dificuldades, eu não parei nem desisti. Continuei a obra de Deus, a faculdade e o trabalho. Minha mãe pedia para eu ficar em casa e descansar, mas, como sempre, eu era teimosa e determinada, afirmando: “Deus vai me honrar, eu vou vencer!”.

Para minha surpresa, o tratamento programado para durar doze meses foi concluído no décimo mês. Foi uma vitória indescritível! Com a boa notícia, pedi ao médico que retirasse o cateter, mas ele informou que isso só poderia ser feito em janeiro de 2014. Mesmo assim, senti-me vitoriosa e feliz!

No entanto, uma semana depois, o cateter infectou, causando trombose na veia jugular. Fiquei impedida de movimentar o braço e precisei retornar ao hospital, onde fiquei internada por dez dias, recebendo tratamento com antibióticos para combater a infecção.

Sabe o que mais me entristeceu nesse momento? Era a primeira vez que eu não poderia tomar a Santa Ceia na igreja. Mas a Pastora Juliana, a líder regional da Igreja de Santo André, levou a Santa Ceia até o hospital, acompanhada por seu esposo e pelo Pastor Valério Bento e sua esposa. Essa atitude ficou marcada em meu coração, sou imensamente grata a eles, e claro, grata a Deus!

Durante os dez dias de internação, visitei outros quartos, compartilhei revistas da Igreja da Graça para mostrar os milagres que Deus realiza e contei meu testemunho. Além disso, orei pelas pessoas. Essa experiência me trouxe ainda mais força!

Sempre fui muito vaidosa, então pedia às minhas sobrinhas que, quando me visitassem, trouxessem batom e esmalte. Brincava dizendo que precisava manter meu brilho, a “cara da Riqueza”, ou seja, ter o brilho de Jesus. Sou imensamente grata a Deus por Seu imenso amor por mim.

Ninguém acreditava como eu conseguia passar por tudo aquilo e sempre sorrindo. Para ser sincera, nem eu mesma sabia como, mas a força de Deus estava em mim e o sentimento de gratidão por Ele era o mínimo que eu poderia expressar.

Enfrentei a prova glorificando a Deus. Após a retirada do cateter, voltei para casa junto da minha família, aqueles que amo mais do que tudo.

Hoje, fazem seis anos que estou curada e vivendo a vida com temor ao Senhor. Enfrento novos desafios, como cuidar das mulheres que sofrem violência doméstica e liderar um projeto voltado para elas, além de ajudar os cidadãos desta cidade que chamo de lar há 51 anos.

Minha vida sempre foi marcada por lutas, mas também por grandes vitórias. Minha fé e determinação sempre me acompanharam. A doença não me parou, o medo não me intimidou e Jesus nunca me abandonou.